terça-feira, outubro 21, 2008

Esporte

A última que morre


Não vamos nos confundir: este é o "carrinho" pelo qual rezar...

Em um país de um sem número de adoradores do futebol, a Fórmula 1, graças à genialidade de gente como Emerson Fittipaldi e Nelson Piquet, pode gabar-se, juntamente ao vôlei, da condição de segunda paixão nacional, o que não deixa de ser uma ironia em um esporte como tal. Mas nem essa condição impediu que o esporte produzisse o maior ídolo e herói da história nacional: Ayrton Senna da Silva, morto na trágica corrida de Ímola do dia 1º de maio de 1994, prova de que, quando um brasileiro tem carisma e vai bem nas pistas, os “carrinhos” podem até rivalizar com o esporte bretão.

De lá pra cá se passaram 14 anos, período em que a paixão do brasileiro pela velocidade arrefeceu bastante. Não bastasse a morte de Senna, tivemos que torcer para um insosso Rubinho Barrichelo que, embora grande piloto, sempre frustrava a torcida graças às suas declarações desmedidas, que sempre davam margem à expectativas irreais. Quem não se lembra de ele dizendo que tinha sim chances de brigar pelo título, quando todos sabiam que a Ferrari girava em torno de Michael Schumacher. Problemas de assessoria a parte, Rubens conseguiu vida longa no esporte: é o piloto com mais corridas disputadas no currículo, embora toda essa experiência não seja capaz de assegurar sua vaga como piloto da fraquíssima Honda no ano que vem.

Também tivemos dois títulos mundiais de futebol no período compreendido entre a morte de Ayrton e os dias atuais. Medalhas de ouro no voleibol masculino e feminino. Guga, Daiane do Santos, César Cielo e tantos outros. Mas no próximo dia 2, todas as atenções do país vão estar de novo voltadas aos bólidos mais caros do automobilismo. Após 14 anos, o Brasil possui um piloto com chances reais de sagrar-se campeão do mundo. E pela primeira vez o feito pode acontecer em terras tupiniquins, na pista de Interlagos, onde Felipe já mostrou andar muito forte nos anos anteriores pela Ferrari.


... a macumba fica reservada para este aqui!

Mas é bom que o povo brasileiro não se iluda. Embora o título seja possível, é improvável. A sucessão de erros da Ferrari durante todo o campeonato possibilitou 7 pontos de vantagem para o inglês Lewis Hamilton da McLaren, este o homem a ser batido e bastante gorado. Quem não se lembra da lambança aprontada por ele no último GP do Brasil, aquela que lhe custou o título para Kimi Raikonen cuja distância para Hamilton era de, vejam só, 7 pontos!

É claro que Hamilton está mais maduro e dificilmente cometerá os erros do passado, mas o atual campeonato provou que o automobilismo é um esporte com janelas sempre abertas aos desígnios do imponderável. Certamente ele não voltará a apertar o botão redutor de velocidade, mas quem garante que um pneu ou mesmo o motor do carro dele não possa estourar? Quem sabe uma escapada de pista, caso chova na terra da garoa... Ou um toque de algum desafeto, talvez até do Rubinho! Vai que ele tenta se redimir de nunca ter trago um caneco... Por estas e outras, Lewis admitiu ter procurado auxílio do paranormal Uri Geller. Ora, se o inglês pode buscar forças no sobrenatural, é lógico que um povo supersticioso como o brasileiro pode fazer o mesmo. Aos espectadores resta a cruel missão de torcer, e muito, mais contra Hamilton do que somente a favor de Massa. Uma postura que pode até carecer do propalado fair play, mas para quem está com um grito de "é campeão" entalado há 17 anos na garganta, que se dane!

3 comentários:

Tiago disse...

Poisé... rolava até uma macumbinha né? IUhaiuHA...

Glayce Santos disse...

"insosso Rubinho Barrichelo"
ADOREI isso!
Vou contar um segredo de alcova: eu sempre torço para o Rubiiiinho...=( hahahhah, qd eu gosto, eu gosto!

Sei lá, pra mim, as corridas nunca mais foram as mesmas depois da morte do senna!

Ei, amei o que vc escrveu em meu blog! E eu adoro comentar aqui! Então, tá! Se precisar de algo, só pedir!!!!

Beijos, "alma gêmea"!!!!

Glayce Santos disse...

Tem um MEME para vc em minha Bruzundanga, mas só faça se quiser! =)