quarta-feira, julho 14, 2010

Retorno

Não há lugar como o lar


Nada como a imagem certa para atrair a audiência de volta...

14 de julho, cá estamos... Foram seis meses... Muito tempo, não há como negar. Ainda mais para um blog, ferramenta na qual se presume atualização constante, pois, do contrário, a concorrência se encarrega de engoli-lo...


Os números desse período de ostracismo comprovam a tese. Entregue ao abandono, o Script! não viu sequer um comentário em seus dias de limbo. Não que eu me queixe disso, caro leitor. Afinal, quem aqui conhece blog que viva do passado? Não há como. Não nestes tempos de Internet 2.0, 3.0, 4.0...

Desta forma, pergunto-me sobre qual assunto devo escrever para atrair a audiência de volta após esse hiato?

Copa do Mundo, talvez? É bem verdade que esse tema já pode ser narrado no pretérito perfeito, algo conflituoso para uma postagem que deveria primar pela novidade. Porém, vale a pena tentar preencher ao menos um parágrafo com o assunto, afinal, brasileiros gostam de futebol, ou não?

Se pudesse defini-la, diria que foi a Copa do lugar comum, muito embora tenha tido um campeão inédito. As conversas nas esquinas, as reportagens globais, os comerciais ufanistas e os bolões só fizeram confirmar que a cultura futebolística é o território-mor de clichês e chavões. Ora, por maior que seja esta “caixinha de surpresas”, em geral, ganha o melhor time, e Dunga, na minha opinião, não escalou a melhor seleção possível. Simples assim, embora “especialistas” teorizassem as mais variadas hipóteses para o fracasso do escrete canarinho. A Espanha fez diferente: recrutou seus melhores, baniu os caneleiros e se preocupou em jogar bola. Até o polvo sacou. Resultado, taça na bagagem, beijo na namorada repórter e muitos sorrisos ibéricos. Ao Brasil, resta contentar-se com as visitas de Larissa Riquelme, outro troféu do mundial, que deve passar bons dias aqui para ajudar no pé de meia que ela certamente pretende fazer com a fama repentina...

Ainda sobre futebol, quem não comentou algo sobre a prisão do goleiro Bruno? Incrível perceber que boa parte da população se chocou mais com a atuação “pouco habilidosa” dos suspeitos do que com a brutalidade do ato cometido. Se alguém não concorda, que passe então a reparar em como diversas conversas sobre o assunto giram preponderantemente sobre as mancadas cometidas pela trupe, as pistas esquecidas e coisas do tipo. Investigações policiais causam fascínio desde sempre, Scherlock Holmes está aí para comprovar. Contudo, tal fenômeno não deixa de ser algo sintomático em uma sociedade que atualmente, quando não é orientada pela mídia a discutir futebol, recebe, via TV, rádio e jornal, gigantesca carga de informações fresquinhas sobre toda sorte de delitos e atrocidades a ser destrinchados e debatidos efusiasticamente. Tão tenebroso quanto ver como cresce a cobertura jornalística (!?) para casos como esse é perceber que boa parte da sociedade não parece preocupada em debater soluções a longo prazo, a eles bastando que a máxima do “olho por olho e dente por dente” seja colocada em prática pelo Estado.

Pois bem, talvez esse retorno seja um tanto quanto mal humorado, ou até mesmo melancólico, tal qual fora a despedida. Entretanto, o que importa é estar novamente ocupando este espaço. Acredito piamente que minha melhor postagem não tenha sido a primeira – cabe a cada um de vocês concordar ou discordar. Assim, é provável que as próximas sejam melhores, e assim por diante, quem sabe.