quarta-feira, dezembro 31, 2008

Cinema

Melhores do Ano - Parte 1

Último dia do ano, época mais que propícia para rememorar os destaques de 2008. E um blog chamado Script!, que se propõe a falar sobre cinema, não pode se omitir de listar os melhores momentos da sétima arte neste moribundo ano.

Um ano que ficará marcado pela queda de bilheteria e qualidade dos lançamentos nacionais, pela falta de bons lançamentos no segundo semestre (culpa da greve dos roteiristas no começo do ano, lembram?) e pelo sucesso de filmes violentos e sombrios. Aliás, o filme para toda família parece ser uma espécie em extinção, superado pela tendência de segmentação do mercado.

Começo destacando os talentos responsáveis pela qualidade do que assistimos. Atores, atrizes e diretores que tiveram um brilho especial e ofuscaram seus pares por onde andaram.

Melhor Ator

Daniel Day Lewis (Sangue negro)

Uma escolha um tanto óbvia, visto que Day Lewis já abocanhou o Oscar e o Globo de Ouro por sua performance em
Sangue negro. Prêmios pra lá de merecidos. Lewis simplesmente materializou toda a ganância e falta de escrúpulos do American Way of Life em seu Daniel Plainview, magnata do petróleo que é capaz de tudo para garantir o lucro dos negócios. Embora Plainview seja uma figura detestável, que remete até mesmo a Geroge W. Bush, a composição de Lewis é perfeita ao ponto de enchergarmos humanidade na figura do prospector.

1 – Daniel Day Lewis (Sangue negro); 2 – Robert Downey Jr. (Homem de ferro); 3 – Viggo Mortensen (Senhores do crime); 4 – Josh Brolin (Onde os fracos não têm vez); 5 – Jean Claude Van-Damme (J.C.V.D).

Melhor Atriz

Laura Linney (A família Savage)

Depois de assistir a
A família Savage fui tomado por um sentimento misto de curiosidade e preocupação: como continuaria a vida de Wendy Savage após as viradas do final do filme? Ora, preocupar-se com a trajetória de um personagem que nem ao menos existe é sinal de que nutrimos toda uma empatia por aquele. E como não gostar de Wendy, uma personagem tão complexa que parece existir fora das telas? Mérito da soberba interpretação de Laura Linney, que constrói em apenas duas horas uma personalidade real, com todas as nuances que deixam as pessoas tão imprevisíveis e interessantes.

1 – Laura Linney (A família Savage); 2 – Ellen Page (Juno); 3 – Carice Von Houten (A espiã); 4 – Julianne Moore (Ensaio sobre a cegueira); 5 – Letícia Sabatella (Romance).

Melhor Ator Coadjuvante

Heath Ledger (Batman: O cavaleiro das trevas)

Se existe uma premiação aguardada para o próximo Oscar, ela é a de ator coadjuvante. Isto porque Heath Ledger realizou um dos trabalhos mais perfeitos já vistos na tela grande. O ator personificou o Coringa em uma versão ainda mais aterradora que a dos quadrinhos, em uma atuação que servirá como modelo para construção de vilões para todo o sempre. Mas quis o destino que Ledger não vivesse para conquistar os louros pela performance.
Como premiá-lo sem que isso soe piegas? Sempre existirão aqueles que questionarão a imparcialidade da homenagem póstuma. Uma injustiça, que só pode ser corrigida assistindo-se mais uma vez a Batman: O cavaleiro das trevas.

1 – Heath Ledger (Batman: O cavaleiro das trevas); 2 – Javier Barden (Onde os fracos não têm vez); 3 – Ben Foster (Os indomáveis); 4 – Paul Dano (Sangue negro); 5 – Tom Cruise (Trovão tropical).

Melhor Atriz Coadjuvante

Penélope Cruz (Vicky Cristina Barcelona)

Penélope Cruz é famosa por suas recorrentes parceirias com o diretor Pedro Almodóvar, de quem sempre ganha papéis expressivos. Provavelmente foram estes papéis que chamaram a atenção de Woody Allen, que deu à atriz a personagem Maria Helena, que parece saída de um filme de Almodóvar. O bom disso tudo é que Penélope pode pisar em um terreno rasoavelmente conhecido, ma sem nunca se repetir. A atriz rouba
Vicky Cristina Barcelona para si toda vez que entra em cena, mesmo formando um triângulo amoroso com gente da estirpe de Javier Barden e Scarlett Johansson.

1 – Penélope Cruz (Vicky Cristina Barcelona); 2 – Tilda Swinton (Conduta de risco); 3 – Saoirse Ronan (Desejo e reparação); 4 – Maggie Gyllenhaal (Batman: O cavaleiro das trevas); 5 – Natalie Portman (Um beijo roubado).

Melhor Diretor

Andrew Stanton (WALL-e)

Difícil encontrar hoje um estúdio que dê tanta liberdade criativa e apoio aos seus realizadores quanto a Pixar. Nesta, são artistas, e não executivos engravatados, quem planejam os filmes. Com tanta liberdade e com um time de primeira para tocar os projetos, é até natural que ela emplaque o melhor diretor para
Script! pela segunda vez consecutiva. Andrew Stanton realizou WALL-e de forma primorosa, sem se render a nenhuma convenção mercadológica. WALL-e é puro cinema de autor, dialoga, simultaneamente, com clássicos do cinema mudo e da ficção científica, possui personagens encantadores e ainda por cima consegue tecer uma profunda crítica contra o consumismo dos dias atuais. Algo assim só é possível quando tocado por mãos talentosas como as de Stanton.

1 – Andrew Stanton (WALL-e); 2 – Christopher Nolan (Batman: O cavaleiro das trevas); 3 – Irmãos Coen (Onde os fracos não têm vez); 4 – Paul Thomas Anderson (Sangue Negro); 5 – Jason Reitman (Juno).

quarta-feira, dezembro 24, 2008

Televisão

Adeus ano velho

O tempo passa e não tem jeito: só me dou conta de que mais um ano está acabando quando vejo a propaganda do especial do Roberto Carlos na televisão. Nada mais sintomático para ilustrar a mesmice que anda nossa televisão... Mas ao final do ano sempre é bom dar uma olhadinha para trás e lembrar as coisas boas que vivenciamos. 2008 pode não ter sido um poço de originalidade, mas, justiça seja feita, até que teve bastante coisa legal na telinha...


O ano começava muito bem com a minissérie Queridos Amigos

A começar por Queridos Amigos, minissérie global que aportou em meados de janeiro. O texto traçava um perfeito perfil da geração que combateu a ditadura e depois precisou encontrar o próprio lugar na nova aurora democrática. A grande sacada da autora Maria Adelaide Amaral foi aproveitar as experiências pessoais para criar um texto de apelo universal, mostrando que a amizade é a base de sustentação para qualquer geração. O elenco inspiradíssimo (impossível citar destaques em um todo não perfeito) compensou a avareza da globo, que limitou os recursos da produção, deixando muitas cenas com cara de novela.


Um doce para quem adivinhar o final de Lost!!!

Ainda no início do ano tivemos a quarta temporada de Lost. Os detratores que me perdoam, mas o seriado merece sim todo o oba-oba que tem em torno de si. Depois de quebrarem a cabeça dos fãs com intrincados flashbacks durante as temporadas anteriores, Damon Lindelof e J.J. Abrams deram um drible de mestre e mudaram todas as expectativas ao mostrarem a vida dos personagens após deixarem a ilha. Com o advento dos flashfowards deixamos de nos preocupar se os personagens sairão da ilha para nos concentrarmos no mistério maior: afinal de contas, o que é tudo aquilo. Isso sem mencionar o impactante season finale, provavelmente o melhor na história da TV americana.


Na minha modesta opinião, a melhor de todas as séries!

Falando em TV americana, em 2008 ela trouxe para nós o término da terceira temporada de My name is Earl bem como o início da quarta. Correndo o risco de soar repetitivo, mais uma vez enalteço o trabalho da equipe de roteiristas e do produtor Greg Garcia. Não bastasse terem criado um mote sensacional (karma!) e contarem com alguns dos protagonistas mais hilários já vistos na TV, eles povoaram a série com o melhor time de coadjuvantes que já vi!!! A mitologia que cresce a cada episódio chega a lembrar um pouco Os Simpsons, e seu enorme elenco de coadjuvantes. Isso sem contar o elenco talentosíssimo, em especial Ethan Suplee (Randy), Jaime Pressly (Joy) e Jason Lee (Earl). Difícil acreditar que Hollywood ainda não tenha se tocado do talento desses caras!


Finalmente uma animação que faz jus ao rótulo de "Espetacular"

No campo da animação, destaco o O espetacular Homem-Aranha. Finalmente a Marvel acertou a mão no terreno dos desenhos animados, brindando-nos com uma produção tão boa quanto as da Warner/DC. A fórmula foi pegar aquilo que melhor funcionou em cada versão do personagem (o original dos quadrinhos; a versão Ultimate; o desenho anterior e, é claro, os filmes), misturar tudo e dar uma seqüência lógica para o desenvolvimento de Peter Parker como super-herói. O resultado foi a melhor versão do aranha já feita em qualquer mídia! O design limpo concebido por Sean Galloway somado ao texto preciso faz de O Espetacular Homem-Aranha uma das animações do ano.


E não é que a ginga brazuca chegou até os animês?

Eu disse “uma das”? Pois é. O Aranha não leva a taça sozinho porque neste fim de ano me deparei com uma verdadeira obra prima vinda do Japão. Falo de Michiko to Hatchin, anime que, vejam só, é ambientado na realidade brasileira, tem favelas (fictícias) como cenário e samba e bossa nova como trilha sonora. Michiko é uma criminosa malandra, gente boa, daquelas que só o Brasil produz. Ela quer reencontrar seu grande amor, dado como morto há 11 anos. Pra isso ela seqüestra Hatchin, suposta filha do rapaz, que tem, vejam só, 9 anos e vinha sendo criada como escrava por um padre. Basta uma olhadinha no trailer para ver que a produção é de primeira!!! Recomendadíssimo!


Cansado dos insossos Casseta & Planeta e JN? Ligue no CQC!

Pra terminar, volto a TV brasileira, na qual destaco o humor inteligente do CQC e o refinamento estético de Capitu, de Luiz Fernando Carvalho. Já falei sobre o CQC, mas não custa repetir que o programa é o sopro de vida que faltava ao humor e ao jornalismo (sim!!!) brasileiro. Irreverência somada a uma intransigência positiva, algo pra lá de necessário em um país de escândalos sucessivos. Carvalho é outro que já conquistou elogios do blogueiro, mas com Capitu ele se superou. O casamento da estética teatral do diretor funcionou perfeitamente com o texto de Machado de Assis, e o que vimos foi a melhor homenagem que o autor poderia ganhar no centenário de sua morte. Pena que boa parte do público brasileiro não esteja preparada para apreciar plenamente a beleza de uma obra como esta. Pudera, basta assistir ao restante da programação para constatar como é baixo o parâmetro de nossa televisão...


Que bom seria se todos os programas tivessem o texto de Machado...

terça-feira, dezembro 02, 2008

Cinema

Nuances do amor


Moura e Sabatella: os melhores atores do cenário nacional?

Guel Arraes e Jorge Furtado são verdadeiros heróis do cinema nacional. Guerreiros da resistência, pregam um cinema feito para nosso público, o brasileiro comum, sem apelar para reciclagens de obras televisivas. Mas nem isso os protegeu de críticas contra o estilo “televisivo” que adotaram para suas obras. Uma injustiça, visto que a dupla domina, sim, a linguagem cinematográfica,mas de um jeito bem peculiar, diga-se de passagem. Um estilo próprio, que os diferenciam de primos americanos e europeus, caracterizando uma escola genuinamente brasileira.

Romance, a mais nova empreitada desses desbravadores, traz todos os elementos característicos no trabalho da dupla. Estão lá o bom humor, em diálogos rápidos e inspiradíssimos; a metalinguagem pra lá de recorrente nos roteiros de Furtado e o fascínio de Arraes pelo Nordeste brasileiro. O curioso é que, embora o preserve o estilo, Romance soa como uma reinvenção para a carreira da dupla. O tom mais sério destoa da essência farsesca dos filmes anteriores de Arraes (autor de O auto da compadecida e Lisbela e o prisioneiro) ou mesmo da visão mais caricata do mundo presente nos filmes de Furtado (como em O homem que copiava e Meu tio matou um cara).

Essa transição representa um grande risco para dois cineastas que têm seus nomes sempre relacionados a sucessos de bilheteria (deixemos de lado o fraco desempenho de Saneamento básico de Jorge Furtado). Apesar do título, Romance não é um filme recomendável para fãs de açucaradas comédias românticas. Aqui, o amor é discutido de maneira séria. E não só amor entre um casal, mas também o amor pela arte.

Para tanto, o célebre conto de Tristão e Isolda é transformado no propulsor que faz a trama girar. Pedro (Wagner Moura, mostrando-se dono de um talento monstruosamente versátil) é um diretor de teatro que se apaixona por Ana (Letícia Sabatella, finalmente bem aproveitada na telona) atriz que escolhe para viver Isolda em sua montagem. O diretor dá vida a Tristão, dentro e fora da peça, uma vez que o amor que fisga o casal protagonista se confunde com o dos personagens seculares.


Qual a fronteira entre sentimento e atuação?

Os problemas surgem quando Ana é convidada por Danilo (José Wilker) para estrelar a próxima novela das sete. Ele aceita, pensando em como a exposição na TV ajudará na divulgação da peça, que anda mal das pernas. Mas o novo trabalho traz consigo os empecilhos de uma agenda lotada, que gera os ciúmes de Pedro, para quem não basta a fidelidade ao companheiro. É preciso manter-se fiel ao teatro. Os dois separam-se para só voltarem a se encontrar três anos depois, ao decidirem ambientar o conto de Tristão e Isolda com temática nordestina, para um especial de TV.

Furtado e Arraes são suficientemente hábeis em construir toda a trama em cima do texto de Tristão e Isolda sem que isso lhes impusesse amarras criativas. Um MacGuffin é tão somente um... MacGuffin! Contar mais que isso estragaria um filme que consegue surpreender o espectador a cada reviravolta, mesmo abraçando um gênero cada vez mais marcado pela previsibilidade. Andrea Beltrão, Vladimir Brichta (muito bem), Bruno Garcia e Marco Nanini (sempre bem) completam o ótimo elenco.

Minha única crítica reside na fotografia do longa. Ela não é ruim, mas não explora o potencial da tela grande do cinema, sugerindo um verdadeiro descuido técnico. O excesso de closes de rostos funciona bem no espaço reduzido da televisão. No cinema, serve para alimentar o arsenal de gente que não gosta do cinema nacional pelo simples fato de este ser brasileiro.

PS: Aos frequentadores assíduos dessas mal traçadas linhas, peço descupas pela demora desta atualização. A temporada de provas do final de ano não deu trégua. Espero que dezembro me ajude a compensar esse deslize. Com a ajuda de vocês, é claro!!!

quinta-feira, novembro 13, 2008

Cinema

Consolo na vingança


Craig teve de suar - e sangrar! - para salvar este fraco 007!!

007: Cassino Royale foi uma agradável surpresa ao final de 2006. O novo James Bond, concebido pelo roteirista Paul Haggis e pelo diretor Martin Campbell, rompia com o tom farsesco que ditou a era Pierce Brosnan para abraçar um realismo nu e cru, inspirado em filmes como Batman: Begins e as aventuras do espião Jason Bourne. A receita envolvia ainda uma trama mais madura e verossímil, além de um interesse romântico verdadeiro para o herói, a inesquecível Vesper Lynd de Eva Green. Daniel Craig era a cereja do bolo, compensando o próprio (ligeiro?) desabono estético com a melhor interpretação de um 007 em todos os tempos (desculpe-me Sean Connery, mas você ficou para trás).

Dessa forma, é fácil entender porque 007: Quantum of Solace gerava tanta expectativa. Pela primeira James Bond teria um filme que representa uma seqüência direta e imediata aos fatos vistos no anterior. E agora sob a batuta de Marc Foster, notoriamente reconhecido por filmes sensíveis e de conteúdo, como Em busca da terra do nunca e Mais estranho que a ficção. Assim, esperava-se uma evolução natural do personagem em mais um grande filme. Porém, o que vemos, se não é um passo atrás, trata-se de um momento dispensável na trajetória do espião inglês.

Em linhas gerais, 007: Quantum of Solace não rompe com as mudanças estabelecidas em seu antecessor. Bond mantém a postura “pró-ativa”, recorrendo usualmente à força bruta, e o vilão da vez – Mathiu Almaric, em grande atuação – novamente possui um plano concebível no mundo real. O problema é que o filme se concentra quase todo em cenas de ação, às vezes de forma gratuita, obrigando o telespectador a fazer cogitações sobre as amarras que faltam ao enredo complicado e mal-estruturado. Bond vai ao encalço dos responsáveis pela morte de Vesper Lynd e se depara com uma organização secreta com ramificações em todo o mundo. Certamente dará material para novos filmes.


Kurylenko é Bond em versão com mais curvas. Até a pose é a mesma!

E como falamos de 007, não podemos nos esquecer das Bond Girls. Li recentemente que a crítica desaprovou a falta de sexo (!?) neste novo longa. De fato, pouco tempo é gasto em conquistas amorosas, e a principal personagem feminina da trama, interpretada por Olga Kurylenko (exuberante!), sequer vai para a cama com o agente secreto. Essa tarefa é reservada a também linda Gemma Aterton, em papel minúsculo. Vale destacar que mais uma vez as Bond Girls são retratadas como mulheres modernas e independentes, tanto que a personagem de Kurylenko ganha até mesmo uma subtrama paralela. Para esta, talvez o rótulo de Bond Girl nem seja o mais apropriado. Melhor seria Female Bond (Bond versão feminina).

A seqüência de abertura é das mais decepcionantes. A música de Jack White e Alicia Keys até consegue empolgar, o problema é a animação! Coisa de amador! O que fica pior quando nos lembramos da sensacional abertura de Cassino Royale.

007: Quantum of Solace não chega a ser um filme ruim. Sem dúvida está muito à frente de qualquer exemplar das eras Pierce Brosnan e Roger Moore. O problema é que Cassino Royale merecia um sucessor à altura. Tomara que aconteça em um próximo capítulo.

quarta-feira, novembro 05, 2008

Cinema

Ensaio sobre o amor


Johansson, figura cada vez mais recorrente nos filmes de Allen, e no blog!

Foram precisos 33 filmes para que Woody Allen percebesse que era hora de se reinventar. O mestre da comédia saiu da amada Nova Iorque e migrou para Londres, onde teria os investimentos que lhe foram negados nos Estados Unidos. A mudança de ares fez bem ao diretor, pelo menos em um primeiro momento. Seu primeiro longa com sotaque britânico foi o suspense (!?) Match Point, um primor. Pena que a esse se seguiram os fracos Scoop – O grande Furo, e O sonho de Cassandra. A solução? Arrumar as malas e rumar em direção à ensolarada Barcelona.

E não é que a estratégia funcionou? Embora o clima quente, as cores vivas e o temperamento passional do povo latino sejam elementos quase antagônicos ao restante da obra de Allen, o diretor captou-os de forma sublime, sem perder o estilo próprio.
Vicky Cristina Barcelona marca o retorno de Allen à comédia, e do jeito que ele faz melhor. Preparem-se para diálogos inspiradíssimos em um verdadeiro estudo sobre as (in)conseqüências do amor.

Vicky (Rebecca Hall) e Cristina (Scarlett Johansson) são duas amigas americanas que resolvem passar as férias de verão em Barcelona, hospedadas na casa de uma amiga. Vicky quer concluir sua pesquisa de mestrado, que tem como objeto o trabalho do arquiteto espanhol Gaudí. Cristina quer conhecer a passionalidade da arte e cultura latinas, que em sua opinião são mais autênticas do que a racionalidade americana.

Em meio aos passeios culturais as duas se deparam com Juan Antônio (Javier Barden – Soberbo!!!), pintor local que parece encarnar o espírito do “carpe diem” em seu estilo de vida. Logo no prime
iro encontro, sem mais delongas, ele propões às amigas um passeio pelo interior regado a muita arte, romance e sexo a três. Vicky, conservadora, recusa imediatamente a proposta, pois é comprometida e está prestes a se casar. Cristina, impulsiva, fica tentada pela forma direta da abordagem e, encantada pela figura boêmia de Juan Antonio, tenta encorajar a amiga a embarcar na aventura. Relutante, Vicky concorda em ir, mas já avisa que não terá nenhum tipo de relacionamento sexual com o pintor, um tipo ao qual ela esclarece ter antipatia.


Nada melhor do que deixar as "pratas da casa" roubarem o filme!

Mas como é imprevisível o amor. Impedida de deitar-se com Juan Antonio devido a uma úlcera, Cristina não presencia a transformação da relação entre ele e Vicky. Estes são obrigados a continuar o roteiro de passeios sozinhos, e Vicky, envolta com sua pesquisa, passa a enxergar no pintor um pouco da cultura latina pela qual se apaixonou. Quando Cristina se recupera e passa a investir no relacionamento com Juan, observamos uma transformação no comportamento das duas.

Vicky passa a questionar o que dá sentido ao amor e se ela realmente ama seu noivo. Cristina se envolve em uma relação a três com Juan Antônio e Maria Elena (Penélope Cruz, que simplesmente rouba o filme!), ex-mulher do pintor, pela qual este não esconde ser profundamente apaixonado, embora ela seja meio maluca, já tendo, inclusive, tentado matá-lo. A primeira vista Cristina parece ter encontrado o romance pouco convencional pelo qual ansiava, mas, será que é isso que importa no amor?

Allen é extremamente sábio ao conduzir o roteiro por uma sucessão de acasos que não procuram responder às aflições das protagonistas. A vida não oferece respostas prontas, é preciso viver e amadurecer.
Vicky Cristina Barcelona pode não deixar claro o que importa em um relacionamento, mas fará o espectador rever suas expectativas em meio a uma avalanche de risos.


"Javier, ainda bem que o texto acabou, porque tá difícil resistir..."

quinta-feira, outubro 30, 2008

Recreio

Hora livre!


Johansson: "Ele é Meu."; Portman: "Vai sonhando!"

Recebi um MEME muito legal da blogueira parceira Glayce – grande garota! –, dó ótimo Blog Bruxas e Fadas. A palavra MEME vem de MIMETISMO, que nada mais é do que uma imitação, como a que o camaleão faz ao mudar de cor para se esconder. Lembrou das aulas de biologia? Pois bem, aqui vão as regras:

• Escrever uma lista com 8 coisas que sonhamos fazer antes de ir embora daqui;
Essa é tranqüila, próxima;
• Convidar 8 parceiros(as) de blogs amigos para responder também;
Aí fica mais difícil. A maioria dos amigos abandonou os “blogs amigos”. Mas não custa tentar;
• Comentar no blog de quem nos convidou;
Feito;
• Comentar no blog dos nossos(as) convidados(as), para que saibam da "intimação”;
Em andamento...
• Mencionar as regras. 

Vamos a resposta do item nº1:

1)
    
Passar no concurso do Senado;
2)     Viajar pelo mundo, em especial para conhecer Hollywood (eu amo cinema!), a África selvagem (cresci assistindo ao National Geographic), Moscou (exala história) e o Oriente de forma geral (que arquitetura!!!);
3)     Presenciar o fim de setores golpistas da imprensa nacional, que adoram “sabotar” o Brasil;
4)     Assistir a um show do Metallica;
5)     Ver um brasileiro ser campeão da F1 novamente; (Domingo, domingo!!!)
6)     Dirigir um longa metragem;
7)     Descobrir que o arranca rabo entre Natalie Portman e Scarlett Johansson, em plena entrada do Kodak Theater, teve a figura deste que vos escreve como motivação; (Sonhar não custa nada...)
8)     Encontrar um amor verdadeiro, se é que é possível definir assim, e ficar coladinho;

Bom, como eu sei que será difícil reunir oito blogueiros conhecidos para passar tal missão adiante, começo a convocação por você, leitor desconhecido. Que tal?



"Adorei a lista, e você?"

Logo mais postarei minhas impressões sobre o excelente Vicky Cristina Barcelona! É, o Festival Internacional de Brasília começou, e justo uma semana antes da prova...

quarta-feira, outubro 29, 2008

Política

Discurso ensaiado


Será que com a chegada do formato HDTV consiguiremos ver as cordinhas?

Com o término das eleições municipais, foi dada a largada para o pleito presidencial de 2010. Tal afirmação é sustentada pela maioria dos veículos de nossa mídia nativa, que inclusive aponta os grandes vencedores no âmbito nacional. Entretanto, tudo isso não passa de mero “jogo de cena”, vã tentativa de ampliar dividendos eleitorais de pré-candidatos preferidos por cada instituição.

Ou será que a infinidade de analistas políticos que deram as caras nesse último domingo podem realmente prever o futuro? Só assim para garantir que a eleição de determinado prefeito fará diferença nas eleições presidenciais. Como garantir que, daqui a dois anos, será vantajoso subir no mesmo palanque
em que Kassab, Paes ou mesmo Lula estiver? Prestígio, como bem sabem alguns “assassinos de reputação” a serviço de grandes veículos, é algo que pode ser destruído em questão de segundos, e o contrário, a despeito de algumas evidentes tentativas da grande imprensa, não se mostra algo tão fácil.

Quem não se lembra da quase candidatura de Roseana Sarney à presidência em 2002? Até uns oito meses antes do pleito, as pesquisas a colocaram no segundo turno contra Lula, e com real chance de vitória. Nada que a denúncia certa, coberta da maneira exata não pudesse resolver...

Mas pior do que apontar os eventuais vencedores dessa eleição é atribuir diferentes pesos a determinadas vitórias. Como provar que José Serra sai fortalecido em relação ao rival Aécio Neves quando ambos elegeram seus candidatos? Para o jornalista Alexandre Garcia da Rede Globo, isso é mero detalhe. No Jornal Hoje da última segunda-feira, tal qual um títere adestrado com um texto previamente encomendado, ele afirmou categoricamente que sim, Serra sai mais forte, embora não tenha fornecido nenhuma prova categórica disso. É triste perceber que para boa parte da imprensa brasileira, fazer jornalismo político se resume a fazer campanha “eleitoreira” 365 dias por ano...

sábado, outubro 25, 2008

Esporte

Bariga surreal!!!


"Perdõe-me Brasil, é a Lulu..."

Aproveito o embalo do último post para dividir com o leitor a barriga* surreal com que me deparei esta semana. Quem não se lembra daquele fatídico Grande Pêmio da Áustria de 2002, aquele em que nosso "amado" Rubens Barrichello cedeu a vitória para Michael Schumacher a poucos metros da bandeirada? Como esquecer os gritos desesperados de “hoje não, hoje sim” repetidos por um incrédulo Cléber Machado em pleno domingo das mães? Pois bem, Lemyr Martins, jornalista famoso no círculo esportivo por ter registrado momentos históricos da carreira de nomes como Pelé e Ayrton Senna, e que desde 1970 acompanha de perto o circo da F1, publicou em seu mais recente livro, Histórias, lendas, mistérios e loucuras da Fórmula 1 o “suposto” diálogo em que a Ferrari ordena Barrichello a realizar a marmelada. Como era de se esperar, a conversa foi destaque em diversos sites e portais do país, furo jornalístico mais do que apropriado nesses dias em que o Brasil respira F1.

O problema é que basta uma olhadinha rápida no tal diálogo para que até a mais “avoada” das criaturas perceba que se trata de uma piada. Para que se tenha uma idéia, a transcrição afirma que a Ferrari recorreu até ao seqüestro da mãe de Rubinho para garantir a obediência deste. Ainda segundo o texto, a cadela do piloto teria sido tomada pela equipe italiana, como garantia contratual de que Barrichello cumpriria as ordens, deixando o alemão passar. Sim, teve muito site que publicou tal disparate! Aqui vai um link para quem quiser ler o texto na íntegra para dar umas risadas. Vale à pena.

Adianto que não li o livro de Lemyr - que ainda nem foi lançado! - portanto não sei o contexto em que ele situa o referido diálogo, mas, segundo o blog do jornalista Fábio Seixas, Lemyr atestou a veracidade daquele, afirmando que a informação vazou de uma fonte confiável. O problema é que o Blog do Capelli descobriu que o texto não passa de uma tradução mal feita de uma brincadeira encontrada em um fórum inglês, com mais de seis anos de idade. Resta saber agora quem é a parte mentirosa de uma história que pode acabar com uma carreira vitoriosa no jornalismo.
 
* Para quem não conhece o jargão jornalístico, Barriga é um fato falso publicado sem intenção de prejudicar o leitor. Uma mancada mesmo, e neste caso, das grandes!

terça-feira, outubro 21, 2008

Esporte

A última que morre


Não vamos nos confundir: este é o "carrinho" pelo qual rezar...

Em um país de um sem número de adoradores do futebol, a Fórmula 1, graças à genialidade de gente como Emerson Fittipaldi e Nelson Piquet, pode gabar-se, juntamente ao vôlei, da condição de segunda paixão nacional, o que não deixa de ser uma ironia em um esporte como tal. Mas nem essa condição impediu que o esporte produzisse o maior ídolo e herói da história nacional: Ayrton Senna da Silva, morto na trágica corrida de Ímola do dia 1º de maio de 1994, prova de que, quando um brasileiro tem carisma e vai bem nas pistas, os “carrinhos” podem até rivalizar com o esporte bretão.

De lá pra cá se passaram 14 anos, período em que a paixão do brasileiro pela velocidade arrefeceu bastante. Não bastasse a morte de Senna, tivemos que torcer para um insosso Rubinho Barrichelo que, embora grande piloto, sempre frustrava a torcida graças às suas declarações desmedidas, que sempre davam margem à expectativas irreais. Quem não se lembra de ele dizendo que tinha sim chances de brigar pelo título, quando todos sabiam que a Ferrari girava em torno de Michael Schumacher. Problemas de assessoria a parte, Rubens conseguiu vida longa no esporte: é o piloto com mais corridas disputadas no currículo, embora toda essa experiência não seja capaz de assegurar sua vaga como piloto da fraquíssima Honda no ano que vem.

Também tivemos dois títulos mundiais de futebol no período compreendido entre a morte de Ayrton e os dias atuais. Medalhas de ouro no voleibol masculino e feminino. Guga, Daiane do Santos, César Cielo e tantos outros. Mas no próximo dia 2, todas as atenções do país vão estar de novo voltadas aos bólidos mais caros do automobilismo. Após 14 anos, o Brasil possui um piloto com chances reais de sagrar-se campeão do mundo. E pela primeira vez o feito pode acontecer em terras tupiniquins, na pista de Interlagos, onde Felipe já mostrou andar muito forte nos anos anteriores pela Ferrari.


... a macumba fica reservada para este aqui!

Mas é bom que o povo brasileiro não se iluda. Embora o título seja possível, é improvável. A sucessão de erros da Ferrari durante todo o campeonato possibilitou 7 pontos de vantagem para o inglês Lewis Hamilton da McLaren, este o homem a ser batido e bastante gorado. Quem não se lembra da lambança aprontada por ele no último GP do Brasil, aquela que lhe custou o título para Kimi Raikonen cuja distância para Hamilton era de, vejam só, 7 pontos!

É claro que Hamilton está mais maduro e dificilmente cometerá os erros do passado, mas o atual campeonato provou que o automobilismo é um esporte com janelas sempre abertas aos desígnios do imponderável. Certamente ele não voltará a apertar o botão redutor de velocidade, mas quem garante que um pneu ou mesmo o motor do carro dele não possa estourar? Quem sabe uma escapada de pista, caso chova na terra da garoa... Ou um toque de algum desafeto, talvez até do Rubinho! Vai que ele tenta se redimir de nunca ter trago um caneco... Por estas e outras, Lewis admitiu ter procurado auxílio do paranormal Uri Geller. Ora, se o inglês pode buscar forças no sobrenatural, é lógico que um povo supersticioso como o brasileiro pode fazer o mesmo. Aos espectadores resta a cruel missão de torcer, e muito, mais contra Hamilton do que somente a favor de Massa. Uma postura que pode até carecer do propalado fair play, mas para quem está com um grito de "é campeão" entalado há 17 anos na garganta, que se dane!

sábado, outubro 18, 2008

Variedade

Invejinha básica


Já está na hora de usar melhor a Internet...

Que levante a mão aquele que não possui um ou outro pecadinho entre seus hábitos. Aqueles pequenos desvios de conduta, que não chegam a ser nocivos aos demais mas que geralmente evitamos admitir. Por mais que tentemos, não os conseguimos evitar. Eu, por exemplo, sou um invejoso!!! Não que eu fique colocando olho gordo nas pessoas mais ricas ou afortunadas que eu. Não. Minha inveja reside em algo mais banal, que muitos julgariam uma bobagem: tenho inveja de blogs mais freqüentemente atualizados do que o meu.

Sim leitores e leitoras, este blogueiro aqui gostaria de ser mais proficiente!. Afinal de contas, meu objetivo ao criar esse espaço foi ter um local onde pudesse aprimorar meu texto enquanto estudo para concursos públicos. Desde o princípio, senti que necessitava estabelecer um tema central, uma espécie de “linha editorial” capaz de chamar a atenção das outras pessoas, na esperança de que os vindouros comentários auxiliassem em minha empreitada. Optei pelo cinema, tema do qual gosto bastante e sobre o qual arrisco dizer que entendo alguma coisa, com a liberdade de, vez ou outra, soltar “pitacos” sobre outros assuntos que julgo interessantes.

O problema é que para escrever sobre cinema é necessário acompanhar a cena cinematográfica, algo que fica a cada dia mais complicado, uma vez que cinema é um hobby caro, pelo menos aqui em Brasília, e tendo em vista a qualidade dos filmes que andam aportando em nossas telonas, esse prazer pode sair ainda mais salgado. Sobre isso nem pretendo me estender, basta pedir para que o leitor dê uma conferida na lista de lançamentos programados para até o final do ano. Deram uma olhada? Pois bem, sejamos francos: vale a pena tecer uma linha sequer sobre 90% desses filmes?

É claro que não coloco a culpa unicamente na escassez de boas produções. De vez em quando, também sou acometido pelo pecadinho da preguiça - mas quem não é? Outras vezes, o estudo faz o papel de álibi. Mesmo assim, gostaria de ter mais tempo para aprimorar o blog, divulgá-lo melhor e interagir mais com os leitores. Para os que esperam encontrar aqui críticas sobre cinema, digo que os lançamentos terão menos espaço durante os próximos meses. Já aqueles que, de algum modo, se interessam pelas minhas elucubrações sobre o cotidiano, aproveitem, pois espero escrever mais sobre temas diversos nesse período!

Um abraço e obrigado a todos pela enorme força!!!

domingo, outubro 12, 2008

Televisão

Bom para dormir

Você não tem a sensação de que já viu isso antes em algum lugar?

Toda vez que me deparo com uma análise dos índices de audiência das principais redes de TV do país, fico impressionado com a hipocrisia e o preconceito que permeiam tais documentos. Para os executivos da TV, é melhor que a culpa sempre recaia no colo do telespectador. Afinal de contas, para eles o povo brasileiro não passa de uma massa de descerebrados incultos, seres incapazes de apreciar as “maravilhas” proporcionadas pelos gênios de nossa telinha.

Tudo bem, o “povão” realmente dá crédito a dezenas de porcarias – o funk carioca está aí para comprovar – mas achar que as pessoas deixam de assistir à novela das seis para curtirem o reprisado Pica-pau porque são burras é varrer a sujeira para debaixo do tapete. A televisão aberta brasileira é um lixo e a queda dos índices de audiência apenas prova que parte da população já constatou esse fato.

Quantos de vocês já não se pegaram, com o grato auxílio do controle remoto, dando voltas e mais voltas pelo dial à procura de algo minimamente decente para assistir? Pois é, eu faço isso o tempo todo, e a cada vez que completo uma volta, fico mais impressionado com a falta de evolução de nossa TV. Falta investimento, e não me refiro apenas ao financeiro, mas ao intelectual, principalmente. Novos talentos, gente com vontade de mostrar serviço, de quebrar paradigmas, que traga um pouco da linguagem do cinema, da web, ou de qualquer coisa que não se limite a repetir fórmulas saturadas há décadas.


Dá para fazer bons programas e conquistar grande audiência.

E não é difícil provar o quanto um pouco de sangue novo faz bem à programação. No meio de meia dúzia de anciões cativos, João Emanuel Carneiro é o único jovem autor que conseguiu emplacar uma novela das oito, A Favorita, que certamente é a melhor produção do horário em pelo menos dez anos. O Profissão Repórter é disparado o melhor jornalístico global, sendo provavelmente o único que não adota como máxima editorial criticar o governo. Por sua vez, o CQC exala todo o frescor e irreverência que faltavam ao humorismo nacional – e ao jornalismo também. Vê-los em ação é muito melhor do que assistir a um Casseta & Planeta, que, ao contrário do que muitos pensam, já havia batido as botas muito antes que o Bussunda.

E também não adianta botar a culpa na Internet ou no bode expiatório que seja. A TV americana, a despeito da crise, vive seu ápice, em parte com a ajuda da grande rede. Algo que só foi possível porque alguns executivos tiveram coragem para apostar em formatos inovadores. Lost, My name is Earl, Pushing Daisies e até a chatinha Heroes, em nada, ou muito pouco, se parecem com séries antigas. Ao contrário das novelas das seis, verdadeiras sessões de interminável deja vu de época. E se a Record almeja mesmo o primeiro lugar, está na hora de repensar a estratégia para tanto. Copiar a Globo pode até funcionar em curto e médio prazo, mas não parece algo muito inteligente quando é visível e documentada a queda da audiência da emissora do “plim-plim”. Resta torcer para que a TV digital represente alguma mudança. Quem sabe com a terceirização de parte da produção? Ou quem sabe com o crescimento de redes locais? Até lá, prefiro permanecer em frente à tela do computador...