segunda-feira, junho 22, 2009

Cinema

Trama "impessoal"


O excepcional visual é o ponto forte do novo longa de Tom Tykewer

Sempre que via algum material de divulgação de Trama internacional, não conseguia tirar da cabeça que o filme era sério candidato a melhor do ano. Um thriller sobre corrupção no qual um banco – os malfeitores da vez! – finalmente estaria no papel de vilão. Na batuta do projeto, o estiloso diretor alemão Tom Tykewer (Corra lola corra). Como protagonista, Clive Owen, um de meus atores prediletos, duas vezes considerado o melhor ator na lista anual do blog (2005 e 2006) – e que até mesmo no propositalmente despropositado Mandando bala conseguiu construir um personagem carismático como poucos! Dividindo cartazes com Owen está Naomi Watts, outra queridinha deste blogueiro, já tendo também sido eleita a atriz do ano (2007).

Apesar dos muitos ingredientes positivos na receita, Trama internacional não consegue “descer” muito bem. O longa peca pela falta de identidade, flertando com os mais variados estilos, sem encontrar uma fórmula coesa para tanto, o que resulta em uma mistura requentada que até diverte, mas que fica muito aquém das expectativas.

Durante todo a fita, é fácil perceber que a atual safra de filmes de espionagem “cabeça” serviram como inspiração para Tykewer. As perseguições nos telhados, os assassinatos mirabolantes, o tiroteio em pleno museu Guggenheim e a investigação sagaz parecem saídos dos filmes da Trilogia Bourne. Por sua vez, as intricadas relações de corrupção lembram, e muito, Conduta de risco, elogiado longa de estreia de Tony Gilroy. São comparações que, normalmente, enalteceriam qualquer trabalho. O problema é que sobram pontas soltas onde os dois focos deveriam convergir.

Não se deixe enganar pela divulgação: Naomi Watts é mera coadjuvante

Os protagonistas são propositalmente mal desenvolvidos, visando tornar o tom da narrativa mais documental, retirando, em diversos momentos, a sensação de “onisciência” do espectador. Com tanta informação omitida, fica mesmo difícil prever os rumos da narrativa, tal qual acontece na vida real. Assim, personagens vêm e vão sem maiores explicações – fenômeno que acomete até mesmo a promotora vivida por Watts! – e não há grande preocupação em desenvolver uma curva dramática genuína. Mas a proposta de situar a história em um ambiente plausível parece ter sido providencialmente esquecida em certos momentos, como na investigação que leva ao assassino de um comerciante de armas italiano. Como seguir uma pista tão ridícula?

Se a intenção de Tykewer for a de que história ali contada fosse apenas um fragmento de algo muito maior, que não caberia em um filme, ele atingiu plenamente o resultado. Mas a verdade é que os fins não justificam os meios, e Trama internacional falha por, durante toda a projeção, vender um suspense sem clímax e uma investigação sem solução. Para isso já temos os telejornais...

3 comentários:

Glayce Santos disse...

Olá, moço tão sumido qt eu!
Ei, eu vi o making off desse filme. Promete, heim?!

Mas, esse ator principal... sei não! rs Ele é a cara do Closer. Será que ficará legal? rs

beijos e saudaaaaaaaades

Luis Felipe disse...

Oi moçoila sumida!!! Precisamos dar um jeito nesses nossos blogs, hein? Curto muito o Clive Owen, desde que o vi em... Closer!!!
Mas Trama Internacional não é grande coisa... Pretende-se muito sofisticado, mas parece comida requentada... :)
Bjão!

Roberto Queiroz disse...

Quem conhece o trabalho do Tykwer (corra,lola, corra e O Perfume) sabe que Hollywood não funciona com ele. Ele é o diretor das produções independentes. Cresceu muito o processo do trabalho, ele passa a ser controlado por produtores, ele meio que funciona no piloto automático.