sexta-feira, março 06, 2009

Cinema

Cosmética da fome


Danny Boyle pasteuriza a pobreza a ponto de transformá-la em diversão?

Excelente a crítica Pablo Villaça sobre Quem quer ser um milionário?. Ele insere o longa de Danny Boyle no conceito da "cosmética da fome", várias vezes utilizada para rechaçar algumas produções nacionais. A análise de Pablo sai, até certo ponto, defasada - quase todo mundo já tinha escrito algo sobre o filme -, provando que, quase sempre, o tempo é aliado do crítico. De nada adianta se esforçar para ser o primeiro a postar impressões sobre uma obra se estas não vão além de obviedades. Também é curioso notar que muitos dos que aplaudem Quem quer ser um milionário? reclamam da produção cinematográfica brasileira, que insiste em mostrar o que o Brasil tem de pior... Coincidência?

O link para a crítica do Pablo.

5 comentários:

Glayce Santos disse...

Olá, mocinho! \o/
Escrevendo sempre bem...=)
Lerei a execelente crítica ao filme, feita pelo Pablo Villaça.
Mas, por ora, deixo minha indignação com esse "papinho" de que o cinema nacional só fala do lado ruim do país. Isso já foi, nosso cinema está cada vez melhor e com temas diversificados!

Beijinhos, queridinho...

Glayce Santos disse...

...mas vc nunca aparece no msn! =(

Tiago disse...

Existem aqueles que assistem para crriticar, e existem aqueles que assistem para se divertir. Há aqueles que vão à palestra para ouvir o que o palestrante diz, e aqueles que observam sua roupa, o cenário, o contexto. Eu nunca gostei de críticas que saem do âmbito da arte para o da sociedade, ou de críticas que se atêm à apontar erros, etc. É como estudar o autor e a época para entender a poesia. A poesia é o que é, e ponto. Ela é o que você entende e sente, e não o que o poeta quiz dizer. Assim é a arte. O filme é sim um ótimo filme. Sem mais delongas. : )

Luis Felipe disse...

Desculpe ter que discordar de você, Tiagão, mas como dizem os estudiosos da semiótica "uma obra de arte não possui é composta de uma mensagem única, mas de CONJUNTOS textuais". Dessa forma, na minha opinião, a análise do contexto e de outros aspectos é sempre importante e bem vinda. Esses aspectos periféricos são parte indissociável do sentido da obra, independente do diretor ter os inserido de forma consciente ou não. A poesia não carrega um único sentido, mas vários. É aí que reside sua magia! Caso ela fosse tão abstrata como você defende, seria impossível separar a arte de qualquer outro campo do conhecimento. Sabemos quando algo toca no fundo da alma porque temos referenciais.
Só concordo com você em um ponto: muita gente viaja absurdo nas análises. Não é questão de se preocupar em analisar o que o palestrante estar vestindo, mas de atribuir um sentido estapafúrdio nisso. Abração, mestre!!!

Tiago disse...

AUHiauhaiUHiaUHa... Desculpe ter que discordar de vc foi o melhor! Naum precisa se desculpar naum brother. Vc tem todo o direito. Na verdade, depois de ler o seu comentário, concordo em pontos com vc. O que eu quis dizer é que O MAIS IMPORTANTE é o que a arte significa PARA VOCÊ, e não o que ela significa para o AUTOR, ou para a SOCIEDADE. Qualquer análise artística que coloque a EMOÇÃO em segundo plano é falha. Eu não acredito que o filme é bom por quê mostra uma pseudo-realidade chocante etc. classificada como estética da fome. Isso é um reducionismo exacerbado, que convém à obras que não cumprem o papel fundamental da arte que é emocionar. E convenhamos, Quem quer ser um milionário? é emocionante! De um jeito diferente de Cidade de Deus, talvez "menos original", ou de técnica menos apurada, mas é emocionante. ---> Paro nesse ponto para ler por completo a crítica de Pablo Villaça <---. Aff, estou derrotado. Por você e pelo Pablo. Muitas verdade ditas na sua crítica e na dele. Irrefutáveis na realidade. Discordo de alguns pontos na crítica dele, mas para pegar ponto por ponto discordante seria exaustivo demais. Sabe qual foi o problema cara? Eu estudei cinema por um ano (estudar no curso mesmo). No final do 3º mês de aulas, o cinema se desdobrou na minha frente, e ficou pequeno, reduzido a técnica, e eu não conseguia desvencilhar a minha percepção do meu então pseudo-conhecimento na área. Os filmes se tornaram chatos. Mas logo no final do curso, e depois de ler um texto do Spielberg em que ele diz assistir filmes duas vezes (uma para a emoção e outra para a análise), eu meio que aprendi a despir a armadura do conhecimento, e abrir o coração para a arte (meio gay isso né AiuhIAuhIUAhIUAh). Só assisti Quem quer ser um milionário? apenas uma vez, mas relembrando, e lendo à sua crítica e à do Pablo, confesso que a magia se quebrou. Pode até não ser proposital (mesmo sendo formado em publicidade eu ainda tenho fé que ninguém faz arte para ganhar dinheiro. Ingênuo?), mas sim, o filme "apela" em VÁRIOS pontos, e sua percepção do TIMING é fundamental mesmo para entender o sucesso. Parabéns! : ) Saio derrotado, mas um pouco mais iluminado caro Mestre!!! AIuhIAuhIAuhIAuhAIhAIuhAiuh