sábado, janeiro 03, 2009

Cinema

Melhores do ano - Parte 2

Começo de ano, passam-se as festas, fica a ressaca, e com ela as memórias dos grandes filmes vistos em 2008. De janeiro a dezembro do ano passado, pudemos assistir a aventuras de super-heróis, dramas familiares, faroestes clássicos ou releituras modernas, ficções científicas e romances de todo o tipo. Uma variedade que naturalmente se estende à lista de melhores filmes do ano do
Script!. A lista resume-se a filmes lançados e vistos por este blogueiro no ano passado. Boas pedidas enquanto a avalanche de filmes do Oscar não chega por aqui!

10º Lugar – Os indomáveis
Os indomáveis é uma revisão do cineasta James Magold para o clássico Galante e sanguinário, de 1957. Fã do texto original, Magold não se atreveu a mudar os rumos do roteiro, mas contou com uma produção caprichada e um elenco afiadíssimo, em especial Ben Foster, que só não consegue ofuscar as atuações das feras Russel Crowe e Christian Bale porque eles também estão magníficos.


9º Lugar – A família Savage
Todo ano o cinema independente americano nos apresenta belas histórias de famílias disfuncionais. E todo ano nos rendemos a elas. O segredo está na sensibilidade que roteiristas como Tamara Jenkins (também diretora) conferem a estas histórias, que muitas vezes carregam experiências pessoais de seus realizadores para dentro da telona. Junte isso à sensibilidade de um elenco capitaneado por uma soberba Laura Linney e um sempre perfeito Philip Seymour Hoffman e você faz de
A família Savage um retrato dessa tragicomédia chamada vida.

8º Lugar – Homem de Ferro
O primeiro
blockbuster de 2008 surpreendeu em dois aspectos: primeiro, a história do super-herói da vez tinha conteúdo, usando como pano de fundo a ganância belicista da indústria de armas americana; segundo, Robert Downey Jr. em uma interpretação quase sobrenatural para o milionário Tony Stark. Difícil foi vê-lo em outras produções ou programas de TV e crer que, de fato, Downey Jr. não é o Homem de Ferro.


7º Lugar – Persépolis
O ano passado consolidou o filão de adaptações de quadrinhos como um gênero amplo, que não se resume aos filmes de super-heróis. Há espaço para relatos autobiográficos como o de Marjani Sartrapi, quadrinhista iraniana que migrou para a França fugindo da opressão da Revolução Islâmica.
Persépolis é um ótimo drama pessoal, somado a um conteúdo histórico pouco conhecido aqui no Brasil.



6º Lugar – Sangue negro
Para adaptar o épico livro
Oil!, de Upton Sinclair, Paul Thomas Anderson teve de abdicar totalmente de seu estilo pessoal. Saem os mosaicos narrativos inspirados em Robert Altman, entra a figura de um personagem central, que domina o filme quase unicamente. O melhor de tudo é que este personagem ganha a interpretação de Daniel Day Lewis, na melhor atuação do ano. Direção precisa, atuações memoráveis e uma trilha sonora que martela o cérebro. Sangue negro é cinema clássico, espécie rara nos dias atuais.

5º Lugar – Vicky Cristina Barcelona
Após uma temporada com saldo positivo em Londres, Woody Allen migrou para a ensolarada Barcelona e, ao que parece, o ar catalão fez bem ao diretor.
Vicky Cristina Barcelona é a comédia que Allen há tanto tempo devia aos seus fãs. Nela, o amor é desconstruído em uma análise sobre nossa vã tentativa de idealizar nossos relacionamentos. Se hoje em dia as mudanças são o catalisador criativo de Allen, que ele venha logo ao Rio de Janeiro!

4º Lugar – Juno
Mais uma vez o cinema
indie americano. Outra família disfuncional. E mais uma história apaixonante. Aliás, como não se apaixonar por Juno MacGuff, a jovem interpretada por Ellen Page que exala personalidade e tem uma resposta afiada para qualquer questão? Méritos para o roteiro primoroso da promessa Diablo Cody e para a direção precisa de Jason Reitman, que transformaram a gravidez de Juno no conto de fadas (ou melhor, na antítese deste!) do ano!

3º Lugar – WALL-e
Pode um filme mesclar em torno de si o melhor do cinema mudo, das ficções científicas a lá
Blade runner e a magia das antigas animações Disney? WALL-e mostra que, sim, é possível, e foi além: fez uma das mais precisas críticas ao consumismo atual sendo um produto para consumo das massas! WALL-e é a prova de que os limites narrativos do cinema ainda não foram transpostos, e que a Pixar não irá descansar até atingi-los.


2º Lugar – Batman: O cavaleiro das trevas
A maior bilheteria. O filme mais comentado. A atuação mais celebrada. Não faltam recordes ou superlativos para a última aventura do Homem-morcego. Christopher Nolan retomou as diretrizes iniciadas em Batman: Begins e elevou o conteúdo a um patamar nunca dantes visto em um filme de super-heróis. O cavaleiro das trevas alça o gênero ao patamar de obra de arte pela primeira vez, e Heath Ledger a de uma das maiores e mais prematuras perdas do cinema.

1º Lugar – Onde os fracos não têm vez
Lembro-me de que na saída da sessão de Onde os fracos não têm vez, muita gente reclamava de que o filme não possuía final. A constatação é verdadeira, porém, totalmente injusta. Poucos filmes conseguem ser tão concisos quanto este “faroeste” moderno dos irmãos Coen, e a omissão de uma conclusão clássica está perfeita no contexto. Os Coen realizaram um tratado sobre a maldade humana, aquela inata, incompreensível e cada vez mais presente nos dia-a-dia atual.

Um feliz 2009 para todos e bons filmes!!!

2 comentários:

Renan Ribeiro Adão disse...

so nao concordo com batma em segundo

devia ser primeiro

com iron man em 2°

e walle e 3°

mas gosto nao se descute!!

Fê Colcerniani disse...

Ai... to mal... não vi nenhum desses filmes ano passado... e olha que eu amo cinema... rs rs rs
Gostei do blog! Até!