sábado, julho 07, 2007

Cinema

Maior e melhor

"Mas o filme não era do Quarteto?"

Como acontece em qualquer área de atuação profissional, Hollywood apresenta profissionais de todos os tipos. Há os diretores visionários, como David Fincher; os criativos, Tarantino é um deles; os canastrões (alguém aí disse Michael Bay?); os capitalistas, filão onde George Lucas é o expoente máximo. Entretanto, Tim Story, diretor de O Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado parece inaugurar uma nova categoria, a dos diretores sortudos.

Que Story não é um cineasta de mão cheia é fácil notar em suas películas anteriores, o tenebroso Táxi e o meia-boca Quarteto Fantástico. Entretanto, neste último já é fácil notar que o diretor nasceu virado pra lua. Mesmo sem possuir noção alguma de enquadramentos e com uma visão extremamente brega para um filme de ação, ali, o diretor colocava a mão em alguns dos mais carismáticos personagens já criados. A família composta pelo Sr. Fantástico, Mulher Invisível, Coisa e Tocha Humana também ganhou atores dedicados, capazes de trazer alguma graça para um filme de roteiro débil, muito mais parecido com uma sitcom vespertina que um pipocão hollywoodiano.

Este carisma acabou garantindo a expressiva quantia de 400 milhões de dólares em bilheteria mundo afora e, é claro, uma continuação. Atento às críticas dos fãs dos quadrinhos, que não foram poucas, Story amadureceu seu estilo (!?) de direção, tornando a nova aventura dos heróis de Stan Lee infinitamente superior a primeira, com cara de cinema e o mais impressionante, bom cinema, pelo menos para os padrões dos blockbusters.

Para a nova empreitada, Story novamente foi abençoada com a lufada de sorte que o ajudou no longa inicial. Ela atende pelo nome de Surfista Prateado, outro personagem fascinante, de apelo visual incrível, que garante as excelentes cenas de ação que faltaram na primeira fita. O Surfista rouba a cena cada vez que aparece e mostra que os efeitos especiais da atualidade só encontram limites na falta de imaginação de alguns diretores. Não foi o caso de Story, pelo menos desta vez (seria o mérito apenas da equipe de efeitos?). Vale destacar também a performance do mímico Doug Jones, que conferiu vida e muita personalidade ao personagem.

Além disso, o elenco composto por Chris Evans (Johnny Storm), Ian Gruffud (Reed Richards), Michael Chiklis (Bem Grinn) e Jessica Alba (Sue Storm) está mais afiado desta vez, grantindo a graça das incontáveis piadas da produção. A química entre os protagonistas torna uma continuação que parecia fadada ou ridículo em um dos melhores filmes da temporada de arrasa quarteirões norte-americanos. É a prova da teoria levantada por Woddy Allen no excelente Match Point: "um lance de sorte pode determinar toda uma existência". Ou alguém duvida que ainda iremos ouvir muito sobre Tim Story?


Química entre o elenco é, novamente, o trunfo do filme.

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