sábado, janeiro 06, 2007

Cinema

Melhores de 2006


Ano novo, hora de estender o tapete vermelho para os melhores de 2006...

Início de ano, época das mais diversas tradições. Fogos, roupa branca, lentilha, Big Brother, oferendas à Iemanjá e, é claro, fazer a tradicional listinha do que houve de melhor no ano que passou. Comecemos pelos filmes, e feliz ano novo!!!

1° Filhos da esperança
Ação, drama e protesto se fundem com maestria neste filmaço dirigido por Alfonso Cuáron. A história de um mundo sem crianças e, conseqüentemente, sem esperança ainda será capaz de produzir muitas lágrimas mundo afora, graças à atualidade dos temas que aborda. Destaque para as interpretações magníficas de Clive Owen, Julianne Moore e Michael Caine, além da direção magnífica de Cuáron.

2° Ponto final – Match point
Esquecido na última premiação do Oscar, a última produção de Woody Allen é uma antítese na carreira do diretor: um suspense, e rodado em Londres, bem longe da velha conhecida Nova York. Talvez tenham sido os novos ares, ou quem sabe a presença da nova musa Scarlett Johanson, o fato é que Allen nos brindou com uma tese sobre sorte em forma de filme. Brilhante!!

3° Os infiltrados
Se Allen primou por se afastar de seu estilo habitual, Scorsese voltou a brilhar fazendo justamente o contrário. Novamente com Leonardo DiCaprio à tiracolo, mas desta vez muito bem acompanhado por Jack Nicholson e Matt Damon, o diretor nos apresenta uma sangrenta refilmagem do longa chinês Conflitos Internos. Um policial infiltrado na máfia e um mafioso infiltrado na polícia brincando de gato e rato, cenário propício para Martin distribuir tiros intercalados por diálogos arrebatadores.

4° A máquina
Um filme nacional com um jeitinho brasileiro irresistível de ser. Esta é a melhor maneira de definir o debut do diretor João Falcão no cinema. Ajudado por recursos teatrais e uma narrativa calcada no realismo mágico, Falcão nos faz sentir orgulho de sermos brasileiros e prova que dá pra fazer cinema no Brasil sem recorrer aos estereótipos habituais.

5° Volver
Almodóvar é outra figura que aproveitou 2006 para voltar às raízes. Volver marca o reencontro do diretor com suas duas musas – Carmem Maura e Penélope Cruz – e com o universo feminino que ele retrata com profundo conhecimento. Aqui vemos mulheres fortes, que encontram nos laços familiares, ou amizades, pilares para conseguir se defender do sofrimento imposto pelo sexo oposto.

6° Pequena Miss Sunshine
Sundance caiu de joelhos diante desta magnífica tragicomédia familiar. Aliás, quem foi capaz de resistir aos encantos da pequena Olive ou segurar o riso diante das brilhantes tiradas do avô da menina? E mais, que atire a primeira pedra aquele que não ficou com vontade de cruzar o país à bordo de uma kombi amarela! A julgar pela qualidade desta obra de estréia, o casal Jonathan Dayton e Valerie Farris ainda vão dar muito o que falar!

7° O segredo de Brockeback Mountain
Muito já foi dito sobre os efeitos que o sucesso de Brockback Mountain terá sobre o cinema no futuro. E nesta onda de bancar o Nostradamus muito crítico deixou de dizer o essencial: o longa de Ang Lee é uma senhora história de amor, que atravessa as barreiras dos gêneros e preferências sexuais. Impossível não se sensibilizar com a dor dos cowboys Jack Twist e Ennis Del Mar.

8° V de Vingança
Alan Moore pode esbravejar o quanto quiser mas a verdade é que finalmente fizeram um grande filme em cima de um de suas obras-primas. Ouso inclusive dizer que esta versão da história de V é mais bem contada que a original. Livre de algumas crenças e referências que condiziam muito mais com Moore do que com seus personagens, a versão comandada por James McTeigue conta ainda com marcantes interpretações de Natalie Portman e Hugo Weaving.

9° Soldado Anônimo
O caos do Iraque não parece ter data para terminar, mas neste longa o diretor Sam Mendes resolveu ir até as raízes do problema, a Guerra do Golfo. Um filme de guerra diferente, onde o marasmo e a falta de ação, conseqüências da modernidade das armas atuais, realiza uma verdadeira lavagem cerebral em soldados como Anthony Swofford (Jake Gyllenhal), que chegam a implorar pela oportunidade de matar um inimigo. Perturbador.

10° O grande truque
Christopher Nolan deixou Shyamalan comendo poeira no quesito “brincar com o lado detetive do público”. Apesar de já irmos ao cinema preparados para uma reviravolta, em nenhum momento o longa de Nolan mostra-se desinteressante. Muito pelo contrário: muitos devem ter repetido a sessão apenas para tentar achar as pistas que ajudam a desvendar o final.

Quase chega: 007 - Cassino Royale
Bond, James Bond. O agente 007 sempre foi conhecido pelos inúmeros clichês. Mas isso deve se tornar coisa do passado. A entrada de Daniel Craig na franquia impôs um novo ritmo para as aventuras do agente britânico. O filme segue a cartilha de Batman Begins, reinventando o personagem para situá-lo no contexto do século XXI. Talvez seja cedo para dizer que é o melhor Bond de todos os tempos, mas apenas porque Craig estará de volta para novas missões!!!

Pior filme: Xuxa Gêmeas
Não, não assisti. Mas alguém tem alguma dúvida de que se trata da bomba do ano?

Melhor diretor: Alfonso Cuáron (Filhos da esperança)
Seria indelicado com caras como Woody Allen e Scorsese dizer que este prêmio foi uma barbada, mas não dizer é uma profunda injustiça com o genial trabalho deste mexicano. Filhos da esperança é um dos longas mais bem dirigidos da atualidade em todos os aspectos, e se passar em branco durante o Oscar provará de uma vez por todas que a Academia não entende nada de cinema.

Melhor Ator: Clive Owen (Filhos da esperança), Hugh Jackman (Fonte da vida)
É, um empate… Justo eu que detesto ter que recorrer a este recurso não tive outra opção a não ser dividir as glórias. Owen garante o bi-campeonato com a interpretação perfeita de um herói ocasional. Durante a juventude, Theo Faron sonhava mudar o mundo. A chance só aparece quando nada mais importa. Destaque para a explosão do personagem, que se afasta dos outros para poder chorar a morte da amada. Jackman, por sua vez, foi figurinha carimbada aparcendo em três longas de destaque (O grande truque, X-MEN: O confronto final e Fonte da Vida). Neste último, Jackman transborda emoção durante todo longa, interpretando três personagens distintos que, na verdade, são um só. O filme se sustenta em sua atuação, já que praticamente não há história, apenas a descrição do desespero de homens que perderam a mulher amada.

Melhor Atriz: Natalie Portman (V de Vingança)
O destino me pregou uma peça. Ano passado deixei Natalie em segundo lugar para prestigiar Hillary Swank, mas durante todo ano me perguntei se não tinha errado em meu julgamento. Talvez este comportamento tenha sido apenas reflexo da soberba interpretação de Portman como Evey Hamond, encarnando dor e revolta com uma sensibilidade incomum para uma atriz de sua idade. Destaque para a cena da chuva, que já nasceu antológica!

Um comentário:

Anônimo disse...

Faltou O labirinto do fauno!!