segunda-feira, agosto 24, 2009

Cinema

É para rir ou assustar?

Que homem não curte ver duas belas garotas "se pegando"?

Sempre quando alguém diz não gostar de um gênero cinematográfico, esclareço não fazer predileções neste sentido. Na minha opinião, ou um filme é bom ou é ruim, simples assim. Não é o gênero que determina a qualidade da obra. Desta forma, nunca tive um predileto. Apesar disso, devo admitir que considero o terror um estilo problemático.

Embora o medo seja uma das emoções mais primitivas, transmiti-lo em película não é das tarefas mais fáceis. Em geral, tememos o desconhecido, o que, desta forma, favorece filmes em que o “monstro” permanece oculto, como em A bruxa de Blair. O simples fato de não conhecermos aquilo que apavora os personagens nos faz esperar pelo pior, uma expectativa subjetiva que dificilmente é atendida. Outro problema dos filmes de terror é que, em muitos casos, a preocupação em criar momentos de tensão e sustos fáceis acabam prejudicando o desenvolvimento do roteiro (assim como explosões e romancezinhos bobos fazem em outros gêneros).

Cientes das dificuldades inerentes ao estilo, muitos cineastas passaram a produzir filmes de terror com um pé fincado na comédia, debochando das próprias convenções . É o “terrir”, fusão da qual Sam Raimi é um dos grandes mestres. Depois de realizar o sonho de adolescente nerd, brincando na trilogia Homem-aranha, Raimi voltou ao território que o revelou com Arrasta-me para o inferno. As comparações com a trilogia Evil Dead são inevitáveis, embora desta vez Raimi, financiado por um grande estúdio, não teve a mesma liberdade para as experimentações vistas nas aventuras de Ash.

Mas isso não impede que o diretor promova um verdadeiro festival nonsense, com direito a litros de líquidos nojentos e pegajosos, de preferência escorrendo até a boca da protagonista Christine (Allison Lohman, talento nato para o grito), analista de crédito que, em busca de uma promoção, acaba negando um novo financiamento para que Sylvia Ganush (Lorna Raver, repulsiva!) possa pagar sua casa. O problema é que Ganush é uma velha cigana versada em magia negra, que não exita em lançar uma maldição sobre a garota.

Lama, ao menos, faz bem para a pele...

Daí pra frente, Christine descobre que tem três dias para resolver a questão, do contrário, o demônio Lâmia virá buscá-la para uma viagem sem volta rumo ao inferno. Nesse ínterim, a situação da moça só piora, com alucinações cada vez mais perturbadoras. O visual proposto por Raimi é um show a parte: escatologia ligada no modo turbo, com espaço até mesmo para bigornas explodindo cabeças alheias.

No final da sessão, o resultado é extremamente satisfatório, até porque o cineasta preparou um final que, embora previsível, é impactante ao ponto de nos lembrarmos que estamos diante de um filme de terror. Não é uma obra-prima, tampouco foi essa a intenção de Raimi. Arrasta-me para o inferno é diversão pura, longa daqueles que é ótimo ver com amigos e namorados(as). Resta torcer para que o cineasta tenha se divertido tanto quanto eu, tendo recarregado as baterias para a nova aventura do aracnídeo.

Um comentário:

Pâm disse...

eu amei esse filme, dei varios gritos mais isso é o de menos !