segunda-feira, agosto 10, 2009

Cinema

Uma nova dimensão


Pena não ter como reproduzir aqui o potencial do 3D!

Duas semanas atrás, tive minha primeira – tardia! – experiência com o cinema 3D. Fui ver A era do gelo 3, o qual, confesso, não pretendia assistir na tela grande. Embora tenha gostado do primeiro, até hoje não conferi o segundo longa e não considero a série tão brilhante quanto as da Pixar. Apesar disso, não dá pra negar que A era do gelo cumpre o que propõe: diversão garantida – principalmente para a criançada. O caso é que, naquele sábado, quando meu primo ligou para me convidar, estava em casa, sem melhores opções. A novidade é que desta vez ele conseguira convencer meus tios a nos acompanharem. Desta feita, coube-me a tarefa de convidar minha mãe a ir conosco.

O que eu não poderia imaginar era a quantidade de famílias que teriam idêntico programa para sábado – estou impressionado com os números das bilheterias no Brasil: A era do gelo 3 já é a segunda maior da história de nosso país! – mas não era difícil entender o porquê. Além do óbvio carisma dos personagens, que já possuem enorme apelo entre a criançada daqui, o fator 3D pesava na escolha. Um diferencial que ainda não pode ser reproduzido dentro de casa e que, por isso, representa a grande chance de Hollywood para trazer as famílias de volta aos cinemas, tornando-se menos dependente de seu público atual e quase único, adolescentes que, ano após ano, ficam mais fascinados com seus Playstations e Iphones do que com as velhas salas de projeção.


Logo que a sessão começou, fiquei boquiaberto com a experiência 3D. A técnica estava muito boa em A era do gelo 3, mas o trailer de Força G exibido no formato foi muito mais surpreendente. Não sei se por contar com cenas live action, este último passava uma sensação de profundidade incrível, até incômoda em certos momentos (que o diga minha mãe, apavorada por uma barata que saltava da tela!). O único entrave é que, em função do tamanho reduzido da tela, a experiência não é tão imersiva quanto poderia. Tenho certeza de que seria muito mais incrível em uma enorme tela IMAX.

Também tive minha cota de sustos, tentando desviar-me do que saia da tela em minha direção, reação das mais comuns entre os presentes. Aliás, a experiência de “assistir” o público assimilando a nova técnica já valia o ingresso. Atrás dos ainda grandes óculos especiais, rostos sorridentes. Crianças falastronas esticavam as mãos no afã de alcançar os personagens favoritos, o que, ainda, não é possível. Porém, é fácil acreditar que a imersão sensorial total é questão de tempo. A técnica cinematográfica passa por mudanças, e o que veremos no futuro pode ser muito diferente daquilo que estamos habituados. Tomara que o Brasil se prepare logo para esta nova era, não apenas com novas salas e equipamentos de projeção, mas, principalmente, com realizadores que arrisquem navegar por esses novos caminhos.

Um comentário:

gupingu disse...

Eu que nunca tive esse oportunidade, fiquei morrendo de vontade depois de ler seu texto...